Carta Aberta
Só a antropofagia nos une[1]
Aos estudantes de arte,
A despedida da Fenearte, aqui, se dá com a clareza de que muito ainda se poderia fazer e precisa ser feito pelo movimento estudantil e de artes do nosso país. Fomos além do dever e das obrigações. Nos dedicamos de corpo e alma, passando por questões de ordens diversas. O sentimento de satisfação dificilmente será alcançado plenamente, mas fica um senso de realização. Na percepção desta descontinuidade entre a satisfação e a realização fica o pessimismo da razão, abraçado com o otimismo da vontade.
Podemos dizer com tranquilidade que estivemos à altura da grandeza histórica desses vinte anos de Federação, tratando as organizações e processos com o máximo respeito, preparando a Fenearte para atender as necessidades e demandas estudantis, culturais, democratizando as dinâmicas, republicanizando nossas ações e responsabilizando o Estado para com a diversidade cultural do país e os direitos culturais dos brasileiros, com a realização dos Encontros Nacionais e da relação tímida que conseguimos estabelecer com o Ministério da Cultura.
Buscamos nos relacionar com todo o corpo simbólico de Artes, sem privilégios nem discriminações. Tentamos nos relacionar positivamente com todos, independente da coloração política e tratamos a todas e todos os estudantes, artistas, criadores e produtores culturais de maneira igualmente respeitosa.
Democratizar, descentralizar e impulsionar as ações da Fenearte será um desafio pela frente. Procuramos seguir rigorosamente a orientação de atuar dentro dos padrões de um Estado democrático, republicano e responsável com o movimento estudantil de Artes.
Estamos convencidos de que nada disto teria sido possível se não representássemos a vontade de uma grande maioria. Esta grande maioria que deu legitimidade em plenárias, reuniões, Eneartes, e a todas e todos os companheiros de luta, Rafael Dverso – UERJ, Glaucia Almeida – UERJ, Cássia Lyrio – UFRJ, Caio Chacal – UFRJ, Patrícia Abud – UFPA, Felipe Fagundes – UFRN, Andrea Frazão – UFMA, Luiz Felix – UFMA, Gil Santiago – UFMA, Walter Marques – UFMA, Ana Carolina Abreu – UFOP, Ricelli Piva – UFOP, Haylla Rissi – UFOP, Hideo Kushiyama – UFOP, Lorena Rocha – UFOP, Bruna Wandekoken – UFES, Yuri Amorim – UFPA, Laís Kunzendorff – UEMG, Leilane Antunes – UFRN, Barbara Baracho – UFRN e a muitos outros que não estão citados, agradecemos por terem estado lado a lado no caminhar por boa parte desta jornada que constituiu as coordenações desta Federação.
Por fim, nos desligamos na esperança que de nós haja menos miopia e mais sensibilidade. A todos que ficam e à equipe da UFRN, nos dispomos a colaborar em tudo o que estiver ao nosso alcance para que conquistemos o campo artístico que queremos, uma sociedade igual, um Brasil de todos. Não se transforma aquilo que não se conhece. Toda a experiência vivenciada com todos os segmentos foi absolutamente necessária. Daqui forjaremos outra síntese, superior. Para outra troca, outra sociabilidade. Outra forma, outro conteúdo. Outra política.
Até logo,
Centro Acadêmico do Instituto de Artes – Caia UERJ
Centro Acadêmico de Artes – Cadearte UFES
Centro Acadêmico da Escola de Belas Artes – Caeba UFRJ
Diretório Acadêmico de Arte "Ferreira Gullar” – Darte UFMA
Ailton Berberick – UERJ
Alex Lemos – UERJ
Ana Carolina Sênos – UERJ
Ana Orosco – UERJ
Anna Carolina Alves – UERJ
Beatrice Martins – UERJBruna Oliveira – UFF
Bruna Wandekoken – UFES
Cassia Lyrio –UFRJ
Clarissa Palma –UFF
Daniel Lopes Monfa – UERJ
Lais Daflon – UERJ
Nabylla de Castro – UERJ
Pedro Carneiro – UERJ
Rafaela Magnani – UERJ
Ricelli Piva – UFOP
Rodrigo Torres – UERJ
Thábata Castro – UERJ
Walter Marques – UFMA
[1] Manifesto Antropófago. ANRADE, Oswald. <http://www.lumiarte.com/
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